Entre 2003 e 2023, mais de 2.700 mulheres foram resgatadas de situações análogas à escravidão no Brasil, representando cerca de 6% do total de quase 46 mil pessoas libertadas no período. Segundo dados sistematizados pelo Projeto Perfil Resgatado da Repórter Brasil, 66% dessas mulheres tinham, no máximo, o ensino fundamental, e 16% eram analfabetas. A maioria atuava na zona rural, especialmente na pecuária e em lavouras de café, enquanto 8% estavam no setor têxtil. Sete em cada dez resgatadas eram negras, e os estados com mais casos foram Minas Gerais (510), Pará (419) e São Paulo (229).
Especialistas apontam que a “invisibilização” do trabalho feminino, sobretudo em funções como cozinheiras e faxineiras, contribui para a subnotificação desses casos. Essas atividades, muitas vezes vistas como extensões do trabalho doméstico, não são reconhecidas como labor formal, dificultando a identificação e o combate à exploração. A reportagem destaca a necessidade de políticas públicas com enfoque de gênero para enfrentar o problema de forma mais eficaz.
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