Em 7 de julho de 2025, a presidente peruana Dina Boluarte assinou o Decreto Supremo nº 136-2025-EF, aumentando seu salário mensal de 16 mil para 35.568 sóis (mais de 30 vezes o salário mínimo nacional), em um contexto em que 84% dos trabalhadores afirmam que sua renda não cobre as necessidades básicas e mais de 50% gastam todo o salário em menos de uma semana. O economista Fernando Cuadros e a socióloga Alejandra Dinegro descrevem a decisão como “irresponsável”, “ofensiva” e desconectada da realidade social, principalmente quando mais de um milhão e meio de jovens entre 15 e 29 anos não estudam nem trabalham, e o emprego informal afeta grande parte da população.
A polêmica motivou a tramitação, no Congresso, de oito projetos de lei que buscam reverter ou adiar o aumento, além de uma proposta que posterga o novo salário presidencial apenas para o próximo governo, a partir de julho de 2026. Especialistas e legisladores sustentam que, embora não haja impedimentos legais, trata-se de uma decisão política, não baseada em critérios técnicos, e contrária aos limites estabelecidos pela Lei 28.212. O debate agora é se o Congresso ou o Executivo decidirão reverter a medida para restaurar a equidade e responder à pressão cidadã.
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