Volkswagen encara na Justiça denúncias de escravidão em fazenda de gado na Amazônia – Brasil

A Justiça do Trabalho do Pará analisa atualmente uma ação movida pelo Ministério Público do Trabalho (MPT) contra a Volkswagen do Brasil, que acusa a empresa de ter submetido trabalhadores a condições análogas à escravidão na “Fazenda Volkswagen” (Companhia Vale do Rio Cristalino), entre 1974 e 1986, durante a ditadura militar. A denúncia aponta práticas graves como tráfico de pessoas, servidão por dívida — via o “sistema barracão” onde os peões compravam ferramentas e mantimentos a preços extorsivos — jornadas exaustivas, alojamentos degradantes, vigilância armada e ameaças que impediam a saída dos trabalhadores

Estima-se que cerca de mil trabalhadores foram aliciados anualmente, sendo muitos oriundos de estados distantes como Mato Grosso, Goiás e Tocantins, e que centenas, senão mais, foram submetidos a essas condições. A ação judicial, que tramita em Redenção com os primeiros depoimentos colhidos em 30 de maio de 2025, pede indenização coletiva de R$ 165 milhões e um pedido público de desculpas. A Volkswagen nega responsabilidade, alegando que investigou na época sem encontrar irregularidades e atribui os problemas aos intermediários conhecidos como “gatos”, mantendo que os crimes teriam prescrito. Já o MPT contesta esse argumento, afirmando que violações como tráfico e trabalho análogo à escravidão são imprescritíveis. A sentença final deve ser proferida até o segundo semestre de 2025.

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